Eu vou para o inferno. É fato. Eu bem que tento me controlar, mas não se pode mudar a ordem natural das coisas. Nós nascemos, crescemos, zuamos a desgraça alheia, morremos e finalmente vamos para o inferno. É assim que acontece e i’m on a highway to hell . Eu não sou o único, mas neste caso, vou me ater a falar apenas de mim.
Eu tenho um problema sério que estou tentando resolver, mas tenho uma dificuldade muito grande em lidar com isso. E não precisa rir, porque isso não é engraçado. Isso é na verdade um defeito tão ruim quanto qualquer outro: eu perco o amigo, mas não a piada. Como já disse, isso é grave. Não são todos os dias que as pessoas estão bem para ouvir uma piadinha de mal gosto. Eu não sou exatamente preconceituoso, porque afinal de contas, eu não tenho cor moral pra descriminar ninguém (ou alguém), mas eu tenho um certo problema com aquelas claras situações que pedem um trocadilho. Será que você leitor, consegue me entender?!
Esses dias eu estava assistindo um episódio do Family Guy, no qual estavam tendo os Special People’s Games, quando eu vi uma das melhores cena da série ever, na qual desfilavam as delegações dos paraplégicos, dos cegos e o narrador dizia preocupado:
“…até agora nem sinal da delegação dos surdos”.
Enquanto isso no alojamento dos surdos haviam um milhão de despertadores esguelando, telefone tocando, gente batendo na porta e a surdaiada tudo dormindo. E eu?! Rolando de rir.
Dia seguinte na faculdade, primeira aula de sexta-feira do semestre, matéria nova e eu todo empolgado pra comentar o episódio que havia assistido no dia anterior, quando passo pela porta da classe (atrasado, é claro) e dou de frente com o professor, segurando uma bengala, as duas pernas atrofiadas e uma dificuldade imensa pra caminhar. Logo o diabinho sentado no meu ombro esquerdo já me alertou:
“É meu caro amigo… até o final do semestre você carimba seu passaporte para o inferno”.
O carimbo veio logo na primeira prova daquela matéria. Estava eu, sendo aconselhado e ajudado pelo anjinho do ombro direito, separando a matéria pra estudar pra prova (que a propósito era lazarenta), enquanto do outro lado o diabinho apenas gargalhava, até que ele parou e disse:
“Como vocês dois são imbecis. Pra quê perder tempo estudando se você pode colar a vontade?! O professor não vai ficar andando pela classe pra fiscalizar…”
E não é que era verdade… parei na hora o que eu estava fazendo e fui preparar minha cola. Mas parece que esse demônio maldito faz essas coisas de propósito, e como o castigo vem a cavalo, cheguei no dia da prova atrasado (pra variar) e a única carteira disponível era justamente aquela que ficava de frente para o professor. Lá estava eu com toda a matéria no bolso (e não na cabeça) sem poder usá-la. E o diabo estava certo. Como eu sou imbecil por aceitar suas idéias.
Só pra terminar com os trocadilhos de mal gosto, vou contar mais uma lá do trampo. Alguns meses atrás apareceu por lá um cachorro bastante mal tratado, magro e faminto e em pouco tempo já virou o mascote da galera. Mas não foi à toa que todos se sensibilizaram com a situação daquele cão. Além de tudo o que já citei, ele tem ainda uma característica que o torna especial: ele tem apenas três pernas.
Pergunta: Sabe por qual nome o cachorro passou a ser chamado?
Saci… (hãn hãn hãn)
Ps’s:
Ps1: O episódio do Family Guy citado no post é o 15° da 3ª temporada: Ready, Willing and Disabled.
Ps2: Quer saber a nota da prova?! Eu não sei ainda, mas estou ancioso pra que chegue semana que vem.
Ps3: Eu não sou louco.
Tiago F. Silva
Caos Social 